A Ace foi fundada em 21 de setembro de 2007. Mesmo nos primeiros passos desta infância já conquistou estas vitórias:


-Concurso Literário Eduardo Campos de Crônicas e Contos, com a participação de 120 autores e entrega do prêmio para os vinte autores com os melhores textos literários.

-Edição do livro Antologia de Contos e Crônicas Eduardo Campos, do referido concurso.

-Lançamento e distribuição do jornal FormAção Literária e do folheto didático Novo Acordo Ortográfico

-Instalação da sede da Ace no Sigrace, para funcionamento da secretária executiva, e auditório climatizado.

-Criação do site www.escritores ace.com.br, com a loja virtual do escritor.

-Participação na 9ª Bienal Internacional do Livro,

-Nomeação de dois associados para o Conselho Estadual de Cultura (CE) e participação efetiva nos Fóruns de Cultura Cearense, entre eles o Flec.

-Implantação da campanha Seus cupons velem livros, com o objetivo de divulgar a literatura cearense através dos escritores da Ace.

-Criação da Coordenação Literária, da Assessoria Literária para os escritores cearenses.

-Criação da Diretoria de Artes Cênicas e do Concurso Literário Rachel de Queiroz de Conto e Poesia.

-No último sábado do mês realizamos um evento cultural- palestra, lançamento de livro, sorteio de livros.


DIRETORIA DA ACE PARA 2012/2013

Presidente de Honra: Haroldo Felinto

Presidente Emérito: Francisco de Assis Almeida Filho

Presidente: Francisco de Assis Clementino Ferreira- Tizim

Vice-presidente: Linda Lemos

1º Vice-presidente: Francisco Bernivaldo Carneiro

1º Secretária: Sonia Nogueira

2º Secretário: Gilson Pontes

1º Tesoureiro: Antônio Paiva Rodrigues

2º Tesoureiro: Abmael Ferreira Martins

Diretor de Eventos: Silas Falcão

Diretores adjuntos de eventos: Eudismar Mendes, Romenik Queiroz, Lúcia Marques, Francisco Diniz, Márcia Lio Magalhães.

Diretor de Artes Cênicas: Aiace Mota

Diretor cultural: Cândido B. C. Neto

Diretora cultural adjunta: Fátima Lemos

Cerimonialista: Nicodemos Napoleão

Coordenador de Literatura: Lucarocas

Coordenador adjunto de Literatura: Ednardo Gadelha, Carlos Roberto Vazconcelos e Ana Neo.

Secretaria de Comunicação e Divulgaçã: José Onofre Lourenço Alves

Secretário Adjuntos: Geraldo Amâncio Pereira, Fernando Paixão, Pedro Cadeira de Araújo


Conselho Consultivo

Presidente: Francisco Muniz Taboza

Vice-presidente: Domingos Pascoal de Melo

1º vice presidente: Elson Damasceno.

Membros Efetivos: D. Edmilson Cruz, Juarez Leitão, Ubiratan Diniz Aguiar, José Moacir Gadelha de Lima, José Rodrigues, João Bosco Barbosa Martins, Pe. Raimundo Frota.

Conselho Fiscal

Presidente: Affonso Taboza

Membros Efetivos: Jeovar Mendes, Rejane Costa Barros, Girão Damasceno, Cícero Modesto.

29 de junho de 2010

Carla Castro

Poetisa, pedagoga, professora, graduada em letras pela UFC, atualmente é estudante de direto na UNIFOR e cursa especialização em língua portuguesa e literatura brasileira na UECE.
Autora do livro A Vida em Versos, lançado na IX Bienal Internacional de Fortaleza, em abril de 2010

O Reflexo da tua nudez

Sob uma réstia de luz num quarto escuro,
Vi o reflexo da tua nudez
por alguns segundos.
Teu corpo inteiro, moreno,
Ficou eternizado naquele momento.
Enquanto se refrescava naquela noite quente,
Eu vislumbrava-te por uma cortina transparente.
E delirava a todo instante,
Com pensamentos atordoantes.

28 de junho de 2010



Ô CATINGA

Por Airton Soares

"Chorava à noite, em segredo, no dormitório; mas colhia as lágrimas numa taça, como fazem os mártires das estampas bentas, e oferecia ao Céu, em remissão dos meus pobres pecados, com as notas más boiando." (Raul Pompéia, O Ateneu, pp. 73-74.)

PRIMÁRIO. AULA DE GEOGRAFIA. AS CAATINGAS DO NORDESTE. Lá pro meio da aula, dou-me conta de que bocejava contorcendo-me de enfado sobre a velha carteira da escola. De súbito, ao escutar a palavra caatinga, levo as mãos à boca fazendo trejeitos de fedor. O coleguinha do lado ri e segue-me nos gestos.

NOSSO PRÊMIO: meia hora de pé com os braços abertos de frente pra classe. Cinquenta anos.... Cinquenta! E esta cena ainda vive cá dentro do meu juízo. Vive sem mágoas, mas lamentando o modelo de educação da época.

O PROFESSOR MARQUES bem que poderia sutilmente ter chegado de mansinho... pé ante pé - dissimulando sua irritação - e...: "muito bem crianças! O gesto que vocês acabam de fazer trata-se de outra maneira de entender a palavra caatinga. A isto chamamos de palavras homônimas homófonas. E terei... terei..." Não com estas palavras, naturalmente, como diria Fonsequinha, personagem do 'Zorra Total´, mas respeitando nossa idade e falando a nossa língua, claro!

O ACONTECIDO não minguou, mas retardou - e muito - meu pendor artístico e outras inteligências inerentes ao ser humano.

MAS QUER SABER: o que marcou. Marcou mesmo, foi o semblante de decepção estampado no rosto da minha paquerinha.

NOVOS TEMPOS! O aluno é quem manda na classe. Às vezes, até bate no professor quando não o ameaça de morte. Hoje, a ambiência é inversa a do Ateneu, mas igualmente perversa. Lição fatal. Ponto final. Hora do recreeeeio!

Ana Miranda

Saramago e o Ceará

Tive alguns encontros com Pilar e Saramago, sempre nos abraçávamos com carinho e, além dos livros, das boas conversas, guardo deles preciosas fotos e cartas. Também um gesto em que ele me transmitiu uma simbólica herança literária, e que fica como despedida. Sempre percebi nossa afinidade criativa, pertencíamos a uma mesma família literária. Por Pilar tenho a gratidão nascida de suas delicadas palavras a meu respeito, num dos Cadernos de Lanzarote. Acompanhei a brilhante trajetória de Saramago, esperava cada novo livro seu, sabia de suas atividades e opiniões políticas, os sofrimentos, seu zelo por seres humanos a sofrer tantos crimes, loucuras, omissões, num mundo convulso e injusto. Não conhecia, porém, a sua origem, Saramago pouco falava dos antepassados, dizia que somos filhos apenas de nossas obras. As memórias que valem, dizia ele, são as que pertencem a todos. “Só o passado coletivo é exultante”. Mas encontrei nos lindíssimos livros A bagagem do viajante e Viagem a Portugal algumas lembranças de sua infância e de seus antepassados.

Ele dizia que seu nome era o de uma erva. Vem do árabe sarmaq, esclarece o dicionário, e chegou a terras espanholas corrompido em jaramago, depois tomando forma portuguesa. É uma planta silvestre, de folhas denteadas, em cujos ramos brotam florzinhas alvas e pequenos frutos como cilindros estriados. E José, o nome do carpinteiro pai de Jesus, significa Deus acrescenta. O nome mais singelo, seguido por um nome de planta selvagem. Ervas são resistentes e nascem sem que ninguém precise plantar, regar, adubar ou podar, só os simples as colhem, com pureza, nas mãos distraídas, e elas logo murcham, sabem viver somente da seiva da terra. São pisoteadas pelos cascos dos cavalos, pelos pés dos lavradores, arrancadas no preparo da terra, mas renascem onde querem, livres, num pequeno milagre vegetal.

Foi como uma erva das campinas que Saramago nasceu, na aldeia de Azinhaga, entre gente rude que levava a vida no recesso da natureza. Ali o menino escutava estórias de um bisavô alto, magro e escuro, rosto de pedra (as pedras do rosto de Saramago eram suavizadas e clareadas pelo legado da avó), sabedor dos “segredos dos dias e das noites, e da negra fascinação que exercia nas mulheres o seu mistério de homem do outro lado do mundo”, a distante África do Norte, de montanhas frias e ardentes; pastor, ou salteador, não se sabe. Coberto pelo manto de lã com capuz usado pelos árabes chegara a Portugal para guardar terras encharcadas às margens do rio, e ali matou um homem “como quem arranca uma silva”. Vivia longe da aldeia, nas matas, guardado por dois cães ferozes. Essa romântica fonte berbere é a origem mais distante a que o escritor se aventura.

Relembra também um avô, de quem teria herdado os ombros magros, um guardador de porcos que, ao nascer, havia sido posto na roda dos enjeitados, filho de sabe-se lá quem, e talvez por isso mesmo crescera secreto, silencioso. Um dia atraiu contra si o ódio da aldeia, pois dele se enamorou a mais linda rapariga que ali morava. Teve de passar a noite do casamento à porta da casa, “ao relento, de pau ferrado sobre os joelhos, à espera dos rivais ciosos que tinham jurado apedrejar-lhe o telhado”, e só quando a lua deitou, foi abraçar aquela mulher maravilhosamente bela. Saramago se diz tão perto desse avô que estende a mão e toca sua lembrança carnal.

O menino de faces pálidas, que sonhava um dia ser maquinista de caminhos de ferro, ia olhar os barcos navegando em canais, saltava pelos ramos dos salgueiros quase a encostar na superfície do charco, e subia até a fímbria das árvores. Tomava banho no rio de águas cobertas pelo mateiro suspenso, evitava os azulejos azuis e amarelos da ermida que tanto medo lhe causava, pelo acervo de estórias que uns acreditavam serem apenas invenção de bêbados, mas ele preferia o temor. Menino de leituras poucas e marcantes, conta que os livros em sua casa ficavam guardados numa gaveta, embrulhados em papel de seda, entregues com muitas recomendações. A mãe e o pai, com quem dormia no mesmo quarto, ele nos apresenta pela descrição de uma fotografia, o casal com ar de gravidade solene, a mãe tem uma flor na mão, e o pai, a mão sobre o seu ombro, parecendo uma asa. “Nada disto tem importância, a não ser para mim”, ele diz. Mas essa origem, essas cartas da memória escritas com os olhos fechados, contendo tantos significados sofridos e poéticos, tem silenciosos apelos que ressoam no íntimo de nós todos, seus leitores.

Fonte: Jornal O povo - Coluna Ana Miranda
Em 25/06/2010

24 de junho de 2010

Por Airton Soares - PHD
Palestrante - Humorista- Declamador

UM DIA SEM QUERER o sujeito espeta o olhar numa mulher. Disfarça pra ninguém notar. Não era qualquer mulher. Imagine quem... a namoradinha de um amigo seu. A letra robertocarliana garante que o apaixonado tem consciência do erro, mas.. foi sem querer e nem mesmo sabe como isso aconteceu.

CONFESSANDO O ERRO a sentença se abranda? Neste terreno o homem leva vantagem, ou levava, pois a mulher continua fiel, mas se porventura acontecer... Vingou-se, apenas! O eufemismo é uma bênção!

DIA DESTES li uma frase dissimuladamente machista: “Não existe generosidade maior do que perdoar a traição da mulher dos outros.” Leia-se no subentendido: a poligamia só tem validade para o homem.

O FATO É: o homem entrou em parafuso. O machismo murchou, e a mulher mais uma vez tende a matriarcar o contexto desta secular guerra dos sexos. Para os nossos filhos e netos, esta história de machismo é página virada. O `ficar' veio para ficar. Fique ciente disto!

MEU DESEJO ERA publicar esta crônica somente no Dia. Mudei de ideia. Você acha que em plena copa do mundo alguém vai dar bola para o Dia dos namorados? Que nada,”AS” bem que vai! O brasileiro tá com a bola toda. Tem espírito festeiro. Tá no sangue. Qualquer tantin de tempo livre ( se não dispõe, inventa!) faz um carnaval. Isquidum...biriguidum...

DEI RÉDEAS LARGAS AO TEMA de caso pensado, mas o tempo urge. Meu espaço finda. Portanto, retomo – e concluo - esta crônica com um pensamento do poeta Dante Milano: “Tirando a mulher...o resto é paisagem!

23 de junho de 2010




HITLER

Pousou na mão de Deus e disse:
“Vós criastes o homem e eu destruirei”
Imediatamente Deus fechou a mão, destruindo-o.


POETA MÁRIO GOMES
OBSERVATÓRIO: Concorrência do Prêmio Literário para Autor(a) Cearense


O Prêmio Literário para Autor (a) Cearense da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, maior soma destinada à Literatura no Brasil, encontra-se em fase de conclusão de seu processo de Análise e Seleção.
A primeira etapa (habilitação técnica) está concluída e a segunda (habilitação jurídica) concluirá esta semana. Encerradas as atividades de ambas as subcomissões, se dará início ao cálculo da pontuação final e, diante do resultado deste, a lista de classificação. De acordo com a Comissão (Subcomissões de Habilitação Técnica e Jurídica), é provável que até a primeira quinzena de julho se tenha o resultado classificatório final.

A comissão de seleção do Edital é composta por 15 membros, escolhidos conforme sua especificidade profissional, incluindo críticos literários, professores universitários, personalidades destacadas no meio literário e no mercado editorial convidados pelo Secretário Prof. Auto Filho.
Foram inscritos, ao todo, 317 (trezentos e dezessete) projetos, assim distribuídos:

1.1. Caetano Ximenes Aragão/Poesia - 67

1.2. Rachel de Queiroz/Literatura Infantil - 45

1.3. Edigar de Alencar/Revista Literária - 4

1.4. J. Ribeiro/Livro/Álbum de Arte - 10

1.5. Moreira Campos/Contos - 31

1.6. Eduardo Campos/Dramaturgia - 13

1.7. Jáder de Carvalho/Romance - 13

1.8. Luiz Sá/Quadrinhos - 10

1.9. Guilherme Studart/Ensaio sobre Tema Cultural - 33

1.10. Braga Montenegro/Ensaio/Crítica Literária - 9

1.11. Alberto Porfírio/Cordel - 8

1.12. Manoel Coelho Raposo/Selo Editorial - 4

1.13. Otacílio de Azevedo/Reedição - 47

1.14. Milton Dias/Crônica/Memória - 23

Esperamos que em breve possamos divulgar o resultado do Prêmio para os nossos leitores do AlmanaCULTURA.
Fonte: raymundo-netto.blogspot.com

"EU SOU CONTRA JOSÉ DE ALENCAR!", CRÔNICA DE RAYMUNDO NETTO


Entendo que o título deste breve artigo possa causar estranheza no leitor, mas não se preocupe que explicarei, rapidamente, a razão de tal rompante. Caso, mesmo após a devida justificativa, não me perdoe, paciência...

Na verdade, eu sou é contra a mudança do nome do bairro Alagadiço Novo para José de Alencar. Ah, você não sabia? Pois sim, li no jornal que a Câmara Municipal, dia 26 de dezembro de 2007, aprovou a mudança, por reivindicação da comunidade (falou-se em 800 assinaturas), da denominação Alagadiço Novo para José de Alencar, alegando ser o bairro de nascimento do escritor, onde ainda hoje se ergue sua casa. Concordo que a Casa de José de Alencar seja um equipamento de grande valor cultural e patrimonial, até porque foi lá, no sítio Alagadiço Novo, que morou o Senador Alencar (que, além de tudo, ainda ocupou o cargo de Presidente da Província), nasceu seu filho, o bom José, e onde implantou-se o primeiro engenho a vapor no Ceará (1836). Sim, isso tudo aconteceu no Sítio Alagadiço Novo.

Não desmereço a homenagem ao escritor, mas, confesso, o nome Alagadiço Novo era uma homenagem ainda mais completa e, historicamente, mais significativa.
Li também que a iniciativa partiu do humorista João Neto que, a meu ver, não foi muito feliz na ideia. Aliás, eu nem vejo nada de “pejorativo” na antiga denominação. Acho até poética e “romântica”, viu, João?

Lamento muito que, devido a essas “iniciativas”, tenhamos perdido a nossa rua da Alegria, a do Cajueiro, a das Flores, a das Belas e outras tão bucolicamente denominadas por nossos antepassados. Com essas perdas, infelizmente, se vão também os registros de memória!
Penso que o José de Alencar não precisa disso e que, seguindo a mesma lógica, daqui a alguns anos, alguém poderá cismar que esse nome de Fortaleza também deva ser trocado para “Alencarina”... Eu, desde já, sou contra!

21 de junho de 2010


Eudismar Maria Fernandes Mendes, professora aposentada, nasceu em Catuana-CE. Aos 11 anos conquistou o prêmio literário com a historia: “Os coquinhos”- da revista Sesinho. Formada em Letras. Cerimonialista da Associação Cearense dos Escritores-ACE-, Círculo de Leituras do SESC-CE (Abraço Literário) e da Criação Literária (Encontro com a Palavra) SESC-CE.



Chica Pão- 16º lugar Prêmio Unifor de Literatura

Todos conheciam a Chica Pão que, na verdade, tinha por nome Francisca Maria da Conceição. Mas isto só constava em documento _ uma simples certidão de nascimento, tão encanecida em que mal se lia o seu nome. A idade ninguém sabia precisar, era de pele escura, do tipo de pessoa que não se consegue avaliar ao certo o tempo vivido.


Dia após dia, ia e vinha pelas casas de pessoas de posse tentando arranjar emprego. Já era bastante idosa, nunca conseguiu um trabalho fixo. Assim, ia levando sua vidinha ao deus-dará, lavando um prato aqui, outro ali... Vivia isolada, praticamente só vivia emburrada. Quando saía do esconderijo no mato e vinha à rua, todos gritavam: “Olha a Chica Pão!... Chica Pão!... Chica Pão!...”Aí ela se transformava: raivosa como ficava, saía com os mais inadequados impropérios mandava todo mundo à baixa da égua, entre outras coisas.


A criançada gostava bastante da Chica Pão. Só que alguns moleques não se apiedavam dela; mesmo porque criança adora ver os adultos sofrerem. E, quanto mais a mulher revidava, mais era destratada pelas crianças. Devo confessar, envergonhada, que também fazia parte daquela turma desalmada.


Um dia Chica Pão adoeceu, e não nos deu mais o ar da sua graça. Juntamos um grupo e entramos no mato em busca de sua morada. Encontramos, porém mal pude suportar forte odor em torno daquele casebre, muitos urubus sobrevoavam rasantes a palhoça, e todos fugimos amedrontados.


Minha curiosidade, entretanto, venceu_me e resolvi dar uma espiada na defunta com tão forte odor, pensávamos que ela já havia falecido. Fui chegando, pé ante pé, até deparar-me com a real pobreza franciscana. Chica Pão, inerte numa fianga, dava-me um pouco de medo. Eu tinha por esse tempo uns onze ou doze anos, mas decidi que não a abandonaria ao seu infortúnio. Algo teria que se fazer pela pobre moribunda.


Então, levantei Chica Pão da rede e a fiz sentar em um banquinho de caixa de sabão. Já que ela fedia muito, urgia fazer-lhe um asseio. Mas, como se estávamos sozinhas? No pequeno quintal encontrei uma grande cuia. Acendi o fogão de trempe, aqueci água e, com paninhos velhos, fiz-lhe a higiene. Assustou-me ver que dela saíam algumas vísceras _ àquele tempo eu não sabia muito das coisas, hoje suponho que seu útero teria arriado. O fato é que aquelas carnes fétidas me deixaram nauseada, mas agüentei.


Após o penoso ritual da limpeza, ela me pareceu aliviada. Era hora de arranjar alguma coisa para alimentá-la... E tudo ocorreu com a graça de Deus. Assim, eu passaria a freqüentar a minha enferma diariamente. Fiz desse mister minha devoção de menina, estava feliz por amparar um ser tão indefeso.


Tempos mais tarde, minha paciente, no limite de suas forças, pediu-me que a levantasse.Com muito esforço, consegui atendê-la, mas logo tornou a deitar-se. Então me sorriu com o semblante de plena gratidão e amor.



Chica Pão enfim sentia-se feliz, e eu imensamente aliviada, embora aquela tenha sido a única vez em que a vi sorrir. E apenas sorriu para morrer.




19 de junho de 2010


José Saramago, recebendo o Prêmio Nobel de Literatura-1998




TRIBUTO DE HOMENAGEM A JOSÉ SARAMAGOO escritor português José Saramago, Prémio Nobel de Literatura /1998, morreu, hoje, aos 87 anos, em sua casa da ilha espanhola de Lanzarote, nas Canárias, pela manhã, na companhia de sua esposa espanhola, jornalista e tradutora, Pilar Del Rio.
E AGORA JOSÉ ?!... orfãos da tuas tuas novas palavras ficaremos, mas não orfãos da tua imorredoira obra e posições humanistas, cívicas, combativas - qual bravo cavaleiro da Lezíria da Golegã - sempre justas mas cáusticas para os que, na sua "cegueira", não foram capazes de distinguir a mensagem das tuas palavras sábias, dos seus preconceitos (e dogmas) que lhes toldaram a razão de entender o Bem, o Belo e o Justo da vida humana.
José de Sousa Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga (Golegã, Ribatejo) no dia 16 de Novembro de 1922. Além de jornalista e escritor, foi desenhador, funcionário da Saúde e da Previdência Social, editor e tradutor.
Publicou o seu primeiro livro, "Terra do Pecado", em 1947, mas a segunda obra só chegou em 1966. A partir de 1976, dedica-se exclusivamente à literatura. Lança, em 1980, "Levantados do Chão" e tem o seu primeiro maior sucesso com "O Memorial do Convento" (1982), que o consagra como um dos maiores autores portugueses, posição confirmada com o lançamento do inventivo "O ano da morte de Ricardo Reis", em que narra os dias finais do heterónimo de um dos pilares da literatura do país, Fernando Pessoa, numa criativa mescla de fatos reais e imaginados.
Saramago era um autor prolífico. Além de romances, publicou diários, contos, peças, crónicas e poemas. Ainda em 2009, lançou mais um livro, "Caim", obra que retoma um personagem bíblico, subvertendo a versão oficial da Igreja Católica, como já fizera em 1991, com o seu "Evangelho segundo Jesus Cristo", causando polémica.Em 1983, Saramago foi agraciado com o Prémio Camões, o mais importante prémio da literatura de língua portuguesa.
Considerado um dos maiores nomes da literatura contemporânea, Saramago criou um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX , unindo a actividade de escritor com a de crítico social, pronunciando-se sobre os grandes confrontos políticos da nossa época e denunciando injustiças sociais.
Saramago recebeu o Prémio Nobel de Literatura, em 1998.
Podemos considerar que José Saramago foi um escritor verdadeiramente LOCAL E CÍVICO, porque através das suas obras e posições públicas não só exprimia a problemática regional e nacional, como mergulhava nas grandes inquietações que o mundo do seu tempo atravessa, projectando na sua escrita e intervenções públicas, sempre uma posição cívica de Cidadania Universal, sem deixar de exprimir, por vezes, a sua caústica crítica, para defender uma visão humanista de um futuro que, idealizava, viesse salvar a humanidade. As suas parábolas, às vezes cruas, objectivas e amargas, deixavam, todavia, entrever a solidez dos seus valores e a crença de que é possível um mundo melhor.

17 de junho de 2010


Sandra Lima, incansável presidente da Câmara Cearense do Livro, entidade criada por Peter Rohl, teve a gentileza de me enviar uma lista de editoras cearenses cadastradas à entidade.
Escolhi, dentre elas, trinta nomes com seus contatos telefônicos para que as pessoas que estejam com interesse de participar do Edital do Prêmio Literário para Autores(as) Cearenses possam conseguir suas Propostas Editoriais de Publicação.
Alertamos os seguintes pontos:
1º - garantam que suas Propostas Editoriais de Publicação sejam bem detalhadas, conforme descrito no edital. Na hora do julgamento, faz diferença. Não se trata apenas de se ter um orçamento gráfico, o trabalho editorial deve estar inserido de forma a garantir uma publicação de qualidade. Escolham bem.
2º - Este espaço tem a pretensão de ser democrático. Nós estamos recebendo pelo e-mail raymundo.netto@uol.com.br sugestões de outras editoras ou editoras/gráficas aqui não listadas. Caso queiram enviar as sugestões, garantimos que as publicamos, assim como alterações de contatos e outros.

3º - As Editoras e/ou Editoras/Gráficas têm que apresentar a Declaração de Qualificação Técnica da UNIGRÁFICA (Anexo V). Isso é responsabilidade da editora. Se ela não puder oferecer, esqueça-a.
Fiquem à vontade.
ABC Editora e Gráfica – (85) 3264.3606
Aquarela Editora – (85) 3281.5457
Armazém da Cultura Editora – (85) 3224.9780
Arte Visual Gráfica e Editora - (85) 3281.8181
Cearense Gráfica e Editora – (85) 3260.7100
Cores Editora e Gráfica – 3254.4229
Edições Demócrito Rocha – (85) 3255.6270
Edições Livro Técnico - (85) 3433.9495
Editora IMEPH – (85) 3261.1002
Editora LITTERE - (85)3474.3333
Editora e Gráfica Aliança – (85) 3272.3990/3227.2486
Editora e Gráfica VT – (85) 3219.7473
Editora Orion - (85) 3223.3583
Expressão Gráfica e Editora – (85) 3464.2222
FortGráfica Editora e Gráfica – (85) 3254.3338
Grafam Gráfica e Editora América – (85) 3221.3300
IMPRECE Gráfica e Editora - (85) 3243.1726/4141.2342
Ipiranga Editora - (85) 3221.3377
La Barca Editora – (85) 3264.8028
LCR Gráfica e Editora - (85) 3272.7844/ 3272.6069OMNI
Editora - (85) 3247.6101
Newgraf Editora e Gráfica – (85) 3224.0471
Pounchain Ramos Gráfica e Editora – (85) 3231.3219
PREMIUS Editora - (85) 3281.5072
Quadricolor Gráfica e Editora – (85) 3254.5566
Qualigraf Editora e Gráfica – (85) 3232.2744
Raboni Editora e Gráfica – (85) 3251.3821
Tecnograf Gráfica e Editora - (85) 3274.0111
Tiprogresso Gráfica e Editora - (85) 3254.2727
Terra da Luz Editorial – (85) 3261.0525
Triunfo Gráfica e Editora – (85) 3254.1102
Tupynanquim (CORDÉIS) - (85) 3217.2891

Dúvidas do Edital do Prêmio Literário: (85) 3101.6794 (Tamyres/Secult)
Fonte: raymundo-netto.blogspot.com

16 de junho de 2010


15 de junho de 2010


"Se Eu Fosse Tostão...", crônica de Pedro Salgueiro para o Vida e Arte Especial.


Poderia contar minha vida passada em número de Copas do Mundo, assim como minha vida futura, acho (vejam bem, acho!) que ainda duro umas cinco copas. Isso quer dizer que já estou, com certeza, no segundo tempo de minha existência, já vivi mais de dez campeonatos mundiais...

Digo mais de dez porque quase vivi o de 1970, não vivi devido a ter apenas cinco anos de idade e ao fato de que em minha pequena e triste cidadezinha ainda não existir televisão. Mas senti o clima todo daquela maravilhosa disputa, senti a alegria geral, a ufania general. Vi os adultos ao redor dos rádios, ouvi muitos gritos de gol. Depois disputamos ainda por muitos anos esta Copa, através dos álbuns de figurinhas dos jogadores, das figurinhas de chicletes na brincadeira do "bate" (se me perguntassem do que mais me lembro da Copa de 70, eu diria que com certeza do cheiro de chiclete impregnado nas mãos... e daquela musiquinha que aprendemos rápido: "Se eu fosse o Pelé, tomava café").

Na de 1974, Tamboril já tinha TV, em pouquíssimas residências, é verdade, mas lá em casa só mais umas quatro copas pra frente... Assisti junto com meu pai e uma multidão de pessoas espremidas na sala do tabelião Fernando Farias, que entre uma tragada e outra em sua elegante cigarrilha, soltava um comentário de quem entendia do riscado... Sentado no chão frio da sala, vi o azul nosso ser esmagado pela laranja (depois vim saber mecânica) holandesa, um time que pra nós, que já ensaiávamos nossos primeiros chutes, parecia jogar com 20 endiabrados cabeludos.

Na de 1978, sonhei ser jogador da próxima, tinha todas as revistas Placar e Manchete Esportiva que meu pobre pai conseguia comprar em Crateús através de amigos. Vivia o sonho dourado de quase todo menino: ser craque, ser igual a Zico, Falcão, Ademir da Guia, Enéas, Amilton Melo...

O sonho acabou em 1982, que foi a Copa que brochou toda a minha geração. A partir daquela derrota para a Itália compreendemos que sonhar não era mais possível, que nos restava apenas torcer, mas sem jamais sonhar... Todo quarentão sabe de cor a o nome dos jogadores daquele belo time: Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior; Falcão, Sócrates e Zico; Cerezo (Paulo Isidoro), Serginho e Éder. No entanto esquecemos o nome daqueles que ganharam, depois, duas copas.

As seguintes foram terríveis, vieram a fórceps, a lágrimas, a cervejas, a calmantes...

Hoje, como apaixonado pelo futebol, continuo gostando de copas do mundo, mas não consigo mais me empolgar; às vezes sinto-me até surpreso que algumas pessoas ainda vivam meus antigos sonhos, quando acompanho as festas de bairro minuciosamente preparadas em nossos subúrbios. Pessoas simples que sacrificam muitas vezes o dinheiro da feira pra comprar enfeites, tintas, camisas, pra enfeitarem suas ruas... Sinto que meu sonho de garoto bom de bola ainda sobrevive, mas apenas nos sonho dos outros!

Aí me vem uma vontade nostálgica de bater uma bolinha, mesmo que na calçada de casa com minha filha pequena, e de cantarolar o resto daquela musiquinha da infância: "Se eu fosse o Tostão, tirava o calção".
"Literatura Feminina?", crônica de Tércia Montenegro para o Opinião d'O POVO

Basta folhear a História da Literatura Brasileira para perceber que existe uma ínfima presença de escritoras até o século XX. Não que as mulheres não escrevessem. Claro que, em meio às atividades maternais e domésticas de uma figura que ainda não tinha, em termos gerais, entrado no mercado de trabalho e na roda-viva do moderno estresse, havia tempo e disposição. O que não havia era instrução suficiente, muitas vezes. Dentre as "prendas" femininas não estava o aperfeiçoamento numa arte até o ponto do brilhantismo. Mesmo assim, nossas avós mais remotas guardaram seus versos em cadernos de receitas, ou em papéis de carta amarrados com fitilho - preciosidades que sumiram ao longo das gerações, junto com os antigos baús de noiva.

Lógico que muitos desses versos familiares eram despretensiosos, sem qualidade. Mas existia a chance de que, no meio de tantos exercícios poéticos, fosse desperdiçada a sensibilidade de uma Adélia Prado. Quantos talentos assim não deixamos escapar, não ignoramos durante décadas? O século XX permite que editorialmente isso comece a mudar. Editoras significam leitores, que significam incentivo - e cada vez mais as mulheres aparecem nas capas de livro. Tudo começa com uma surpreendente qualidade: Cecília Meireles, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles (para ficar só em algumas referências do cânone didático) aparecem, dos anos 20 em diante, para exasperar os desacostumados. Imediatamente, era necessário identificar o estranho fenômeno. Assim nasceu o rótulo "literatura feminina".

A necessidade de entender, conceituar, é uma obsessão tipicamente humana, e por causa dela toda a ciência pode ser justificada. Traz grandes benefícios, portanto. Mas o termo "literatura feminina" não se realiza como uma boa definição, na medida em que simplifica a incalculável diversidade de escritos reunidos neste forçado conjunto. É um rótulo, que nasce simplesmente por uma referência de gênero. À primeira vista, parece criar um território, valorizar um espaço - mas, na verdade, constrange e segrega. Induz à fatídica pergunta: por que não existe o termo "literatura masculina"? Porque essa parece óbvia, natural. Que homens escrevam, tudo bem, nada estranho. Mas mulher escrevendo é coisa exótica, diferente. Precisa de um rótulo.

O rótulo, assim como toda etiqueta, deve classificar, apresentar as características de um produto. Ora, socialmente, o adjetivo "feminino" sempre esteve associado à delicadeza, suavidade, muito mais que à conotação puramente sexual, de fêmea. Dessa maneira, pensar numa "literatura feminina" seria também levantar expectativas a respeito de um certo tipo de texto. Não que essa modalidade de uma literatura branda, terna, seja ruim. Apenas é falso sugerir que todas as mulheres escrevem desse jeito. Imagino, por esse ponto de vista, que se alguém adquirisse um de meus livros para adultos numa seção sob o letreiro "literatura feminina", estaria sendo bastante enganado. Induzida pelo rótulo, a pessoa esperava uma obra que lhe desse histórias agradáveis; acabou levando contos de violência. Nesse caso, o leitor foi trapaceado em seus direitos de consumidor. Sim, porque literatura também é produto de consumo, deve ter qualidade e direcionamento mercadológico, o que não invalida absolutamente o estético. O valor artístico não concorre com o alcance profissional de uma obra: já se provou isso há muito tempo (e debater tal questão agora seria perder o rumo).

Talvez para outras escritoras o suposto letreiro na seção da livraria não prejudicasse nem um pouco. Seria o caso de Marina Colasanti, por exemplo, que em seu belíssimo livro Fragatas para terras distantes comenta, no ensaio intitulado "Por que nos perguntam se existimos?": "Se homens e mulheres utilizam o cérebro de maneira diferente ao falar e, ao que tudo indica, o utilizam de maneira diferente para ler, parece apenas lógico que o utilizem de maneira diferente também para escrever."

Ao contrário de Marina, porém, a escritora Susan Sontag, em artigo do livro Questão de ênfase, discute a utilidade de agrupar mulheres reunidas artisticamente pelo único elo de pertencerem ao mesmo sexo: "Parece fazer sentido, por muitas razões, existirem antologias de escritoras ou exposições de fotógrafas; pareceria muito estranho propor uma antologia de escritores ou uma exposição de fotógrafos que nada tivessem em comum senão o fato de serem homens."

Talvez essa discussão reflita o quanto a mulher ainda é vista como minoria, em termos artísticos. E talvez o mais importante não seja entrar numa guerra por espaços, mas perceber algo mais amplo: antes que se nasça homem ou mulher, nascemos humanos, e a literatura é reflexo disso, dessa experiência típica. O trato com as palavras foi criação exclusiva de nossa espécie, que articulou um sistema linguístico e inventou essa arte. No final das contas, não importa o sexo, a época ou o lugar, qualquer escritor(a) age da mesma forma: tudo o que produz é uma tentativa de compreender, traduzir ou testemunhar a vivência humana - algo que pode ao mesmo tempo ser tão medíocre e tão misterioso.

"Planeta dos macacos", crônica de Manuel Soares Bulcão, para oDN

Certa vez, num botequim, conversava com amigos sobre a peleja evolucionismo versus criacionismo. Um dos nossos, que cultivava a fama de politicamente incorreto, disse: "Se Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, então Ele se chama Chico." Neste instante, aproximou-se um sujeito, musculoso como um gorila, branco como um chimpanzé pelado e, tal qual um orangotango, coberto por uma hirsuta pelagem ruiva. Após nos xingar de comunistas ateus, deu-nos uma banana - não a fruta, alimento dileto dos monos, mas o gesto que se faz com o antebraço: o famigerado "aqui, ó!".
A banana, o dedo em riste e o ato de segurar e balançar a genitália ante o desafeto, Freud classificou de símbolos fálicos. Aventou, também, que essas gesticulações, ao mesmo tempo eróticas e agressivas, indicam uma relação entre sexo e poder. O pai da psicanálise, entretanto, não sabia que esse tipo de ofensa, longe de ser uma idiossincrasia humana, é prática corrente entre quase todos os primatas.

Com efeito, em muitas pesquisas de campo, primatologistas observaram forte semelhança entre os rituais de corte e os de luta dos macacos machos por fêmeas, território e status social. À guisa de exemplo, o macaco-de-cheiro, ao se desentender com um dos seus pares, aponta o seu pênis ereto para a cara do rival. Às vezes, no clímax da fúria, chega mesmo a ejacular. Ameaças fálicas similares também ocorrem entre babuínos, chimpanzés, bonobos, macacos japoneses e em muitas outras espécies do Velho e do Novo Mundo.

Nos bonobos, por haver codominância entre os sexos, há ocasiões em que uma fêmea de posição elevada agride um macho subalterno, domina-o e depois "o cobre" ritualisticamente, isto é, simula com o infeliz uma relação de coito em que ela figura como ativo, o macho. Desta forma ela o avisa: "Aqui sou eu quem manda!". Acham isso bizarro? Ora, qual machão jamais recebeu "bananas" de uma dama? E quantas mulheres valentes ameaçam homens com um "vou te f.!"? - O fálus, mais que o órgão sexual masculino, é um símbolo de dominação (ou melhor, um paleossímbolo, visto que inato, transmitido geneticamente, como descobriu D. Ploog et al); e, nesta condição, muitas mulheres o têm e alguns homens, não.

Como o espaço que disponho é pouco, não comentarei o fato de que o agressor estava encharcado de garapa fermentada, o que me lembrou outro fato: muitos macacos frutívoros preferem os frutos podres do chão, fermentados e com teor alcoólico, do que os frescos da copa.

De uma coisa, porém, o religioso me convenceu: os homens não evoluíram do macaco, nem de um ancestral comum. Na verdade, os homens somos macacos - e muitos de nós, macacos metidos a besta.
Capa de "México: história duma viagem" de Érico Veríssimo
As leituras, as viagens

Por Carlos Roberto Vazconcelos

Todos dizem que ler é viajar. Isso é fato consumado, mesmo na opinião de quem nada lê.

Ler Josué Montello, por exemplo, é transportar-se para o Maranhão. Jorge Amado nos leva à Bahia. Com Machado, retrocedemos ao velho Rio de Janeiro imperial (e às profundezas da alma humana). João Guimarães, Graciliano e Rachel nos conduzem a uma pátria chamada Sertão. E assim segue o leitor, nas mais variadas e pitorescas aventuras, turismo espiritual. Desse modo, quem tem boa biblioteca possui de saldo uma agência turística virtual, sem os protocolos e a burocracia das convencionais.

Pois estive viajando, esses dias. Li Érico Veríssimo e viajei ao México...
– Ao México, tchê?

Sim, senhor! E de trem. Mas tudo bem, compreendo a estranheza. Quem lê Veríssimo viaja não é para os pampas? E escuta aquela música ao longe (talvez um solo de clarineta), vinda do tempo e do vento, que varre os lírios do campo pelos caminhos cruzados?

Floreios à parte, explicarei melhor. Estou me deleitando com a leitura do livro intitulado México, do escritor gaúcho. É daqueles livros injustamente esquecidos. Como se dizia antigamente, o lado B do long play. São notas de viagem, testemunhos de vida, capítulos de humanidade de um escritor que, ao sentir-se sufocado pela vida diplomática, em Washington, consumido pelo desejo de umas férias, chega em casa e sugere à mulher:

– Vamos ao México?

Esse bem poderia ser o título do livro, pois realmente o convite se estende ao leitor.

Qualquer um o aceitará prontamente depois de ler o Prólogo, onde o autor trava um delicioso colóquio com o mestre William Shakespeare em torno das razões que o aliciam a arredar pé da metrópole americana. Lá, "tudo funciona direitinho, um modelo de organização, um primor de urbanismo". E sentindo-se um gato preto em campo de neve, desabafa ainda: "Sinto saudade da desordem latino-americana, das imagens, sons e cheiros de nosso mundinho em que o relógio é apenas um elemento decorativo e o tempo, assunto de poesia".

Sempre em que se tratar de um grande autor, devemos dispensar um pouco mais de atenção a alguns livros considerados menores. Um grande escritor é multifacetado e dificilmente sua pena admite um rótulo impostor.

Para uma grande pena, não existe literatura amena. Exemplo: na consagrada obra machadiana, não esqueçamos jamais de ler O Alienista.

Com tantas investidas assediantes em torno de Gabriela ou Tieta, alguém se lembrará de ler Terras do Sem-fim, de Jorge Amado, talvez o seu melhor romance?

Da vasta bibliografia de Érico Veríssimo, num cantinho escuso de prateleira, achamos o México, a paisagem do México, o sentimento do México.

Viaje! Não perca tempo! Vá à biblioteca ou livraria mais próxima, solicite seu livro. E quando puder (não desaconselho) solicite também seu passaporte. Você viajará com conhecimento de causa.

Aproveite as palavras veríssimas do mestre Érico: "A vida não merece bocejos".
E hasta la vista!

Fonte: ainquietudedabusca.blogspot.com

de Carlos Roberto Vazconcelos

11 de junho de 2010


Ubuntu


Por Silas Falcão


A primeira Copa do Mundo de Futebol foi realizada em 13 de junho a 30 de julho de 1930, no Uruguai, em homenagem ao centenário de sua independência. Noventa e três mil pessoas lotaram o Estádio Centenário para a final entre Argentina e Uruguai que, por 4x2, tornou-se campeão do mundo. Progressivamente vários países aderiram a esse grande encontro mundial entre os povos que esse evento se tornou.

Para a realização da Copa de 2010, a Fifa inovou na escolha do país sede: África do Sul. Conhecido por seu mosaico cultural, idiomas diversos- onze deles são reconhecidos constitucionalmente - e pluralismo religioso, esse país, habitado por seres humanos há mais de 100.000 mil anos, recebeu dessa instituição dirigente do futebol mundial, a grande oportunidade de mostrar ao mundo o seu DNA espiritual.

Dia 10 de junho bilhões de pessoas se deslumbraram com os imperecíveis ritmos musicais e com as coreografias das danças africanas na festa de abertura.

Mas nem sempre o livre arbítrio foi rotina na vida dos sul-africanos.

Se as vuvuzelas multicoloridas soam felicidades africanas, ásperas memórias compõem o passado desse povo festivo.

O governo republicano de 1961 manteve o apartheid, redimensionado pela colonização européia – leia-se domínio britânico -, para controlar a riqueza nacional extraída das minas de diamante e ouro. Aprisionando a liberdade dos africanos, leis foram promulgadas proibindo o casamento entre brancos e negros. O registro de cor para todos os africanos foi criado. A circulação de negros só era permitida em determinadas áreas da cidade. Bairros negros foram construídos por determinação do governo. Os nativos não usavam instalações públicas como bebedouros e banheiros. Um sistema diferenciado de educação para as crianças negras foi imposto.

Apartheid significa vidas separadas.

Em um país com ¼ da população desempregada e subvivendo – e não sobrevivendo – com menos de US$ 1,25 /dia, essa copa é uma grande vitrine para os africanos mostrarem ao mundo que, mesmo sofrendo as dores físicas e sociais que o apartheid infligiu, são capazes de superarem-se pelo talento.

Uma Copa do Mundo não é apenas manifestações das habilidades humanas na arte futebolística. Entendo-a, também, como um momento de união entre centenas de aspectos culturais, históricos, linguísticos, raciais, artísticos e religiosos. A versão que mentalizo é a de que ela tem a dignidade de promover a cultura do entendimento entre as nações e o congraçamento entre as diversas raças da sociedade universal.

É um momento de paz mundial dentro do país sede.

Relembro esta frase de Nelson Mandela: Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitas para viverem como irmãos.”

Copa do Mundo é o conceito sul-africano da palavra ubuntu: essência do ser humano.

10 de junho de 2010



AS SUPERFÍCIES INTACTAS

Por Carlos Roberto Vazconcelos

Hoje, depois de longos anos, revisito o Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará.

Fico por ali, relembrando o tempo em que cursei Letras. Lentamente vou espiando pelos combogós das janelas: outros mestres, outros discípulos sob a mesmíssima arcádia. Fito lá de cima o pátio e, de memória, avisto minha geração, irrequieta, a circular pelos meandros do conhecimento e da dispersão própria da tenra idade.
Como não poderia deixar de ser, vou à biblioteca. O acervo continua em frangalhos como há dez anos. O governo não compra livros, é o que me parece. Mas a viagem não se perde de todo. Visitando a estante do Ceará, deparo-me com uma obra que só conhecia de ouvir falar. Por ser raríssima, nunca tive a oportunidade de folheá-la, mesmo sendo eu um incorrigível comprador e leitor de livros cearenses. Refiro-me a Finalidade do Mundo, do nosso Raimundo de Farias Brito, o primeiro e maior filósofo brasileiro (na opinião abalizada do professor Genuino Sales). Que felicidade folhear aquele livro pela primeira vez. Em verdade, é uma trilogia, acenando para um hipotético leitor. Às vezes desconfio de que os livros é que encontram os leitores.
De imediato, veio a decepção. Os cartões de autógrafo, datados de 2004, onde se registram manualmente os empréstimos (acredite, a biblioteca de Letras e Filosofia da UECE ainda não é informatizada), os cartões estão intactos, uma brancura impecável. Nenhum empréstimo. Em todos aqueles anos, ninguém quis saber de Farias Brito. Pus-me a refletir. Se numa faculdade de Letras e Filosofia ninguém se importa com livros, então para que livros? Olhei todo aquele velho acervo e angustiei-me. Serão cada vez mais inúteis os livros para as novas gerações?
Olhando mais atentamente, descubro outros exemplares do Finalidade do Mundo. Estes, mais surrados. Torno a olhar o cartão de autógrafos, já na expectativa de vê-los sem um carimbo, branquinhos como os outros (para um livro, não há destino mais trágico do que as superfícies intactas, sem uma digital, uma mancha de suor das mãos). Já pensava em indignar-me, desabafar meu constrangimento, decantar a ignorância dos outros e a apatia nacional pelos livros. Pronto, havia encontrado o assunto para uma crônica... Qual nada! O cartão de autógrafos arrolava inúmeras assinaturas de diferentes leitores. Pelo menos uma dúzia de estudantes havia lido a obra-prima do filósofo, se não toda, pelo menos trechos dela.
Os livros antes de tudo precisam ser abertos, folheados, e acabam nos fisgando. Nada mais inadmissível para um livro do que a indiferença. Eu disse uma dúzia de leitores? Não, não é muito, mas nem tudo estava perdido. Respirei aliviado. Um ufa, dois ufas aos deuses do Olimpo. Aprumei o passo, ergui o queixo e saí recompensado. Agora eu também já sabia onde encontrar o velho filósofo.

9 de junho de 2010

ESTÁ LANÇADA A PALAVRA





ESTÁ LANÇADA A PALAVRA

Por Carlos Vazconcelos

Frederico Régis detém a engenharia dos espíritos inquietos. Sua poética é feita de minutas porque jamais será o poeta oficial, sua matéria é o caos. Seu improviso é certeiro. Sua poesia é uma brincadeira tão séria quanto soltar arraias no quintal da infância. Brincar de buscar o infinito sem perder o fio da meada. Essa poesia dormita com um punhal numa mão e um lírio na lapela. São muitos os seus refrãos. Ele labora (não disse elabora) seus versos sem fôrmas, sem moldes, múltiplos, polifônicos porque o tempo e o espaço são mesmo muito imprecisos. Não será nunca um burocrata da palavra. Quando se faz reticente é para ser mais claro, ou clarividente, pois acredita que o silêncio é sinfonia ou ambiente propício para todas as melodias. Felizmente sua lógica é caótica. Sua imprecisão é preciosa para nos conduzir pelos meandros da cidade indecifrável. Não espere mapa. É um viajante, um passageiro de cúmulos, um tripulante à deriva feito todo poeta que preza a dor e o delírio.
Minutas do Caos é poesia desde o título. Frede é rico, contabiliza recursos poéticos. Frederico rege uma orquestra. Frederico Régis tem largo tirocínio no campo das letras, cultivando sempre a despretensão de ser poeta, ou de poeta ser sem pretender, pré-ocupado com as dores do mundo, as insignificâncias da alma, os melindres do cotidiano. Trago a insuportável poesia/que não ampara. Extravasa, reverbera, reivindica, protesta e sabe calar quando quer dizer. Compreende que o poeta não pode ir além da poesia. Não interroga o mundo porque desconfia que não obterá resposta. Prefere o caos. Escreve minutas poéticas para não cruzar os braços diante da esfinge.
Está lançada a palavra, a queixa, a confissão, o medo, o prazer, a indignação. O poeta presta contas consigo mesmo e finaliza dizendo: Meu corpo ficará sentado/sozinho no coliseu/o primeiro que chegar/pode tomá-lo como seu. Eis o destino dos livros. Felizes os que os encontram.
Ministério da Cultura e a Prefeitura de Fortaleza
lançam pacotes de ações Mais Cultura para Fortaleza (09-06)





Entre as ações a serem lançadas, estão a construção de duas novas bibliotecas e os editais prêmio Pontos de Leitura e Pontinhos de Cultura

O Ministério da Cultura (MinC) e a Prefeitura de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), lançam nesta quarta-feira, 9 de junho, um conjunto de ações do Programa Mais Cultura em Fortaleza, todas elas ligadas ao livro e à leitura.

A solenidade de lançamento será às 16h, no CUCA Che Guevara, com a participação da secretária de articulação institucional e coordenadora do programa Mais Cultura do MinC, Silvana Meireles, do diretor do Livro, Leitura e Literatura do ministério, Fabiano dos Santos, e da secretária de Cultura de Fortaleza, Fátima Mesquita.

As ações programadas para o município contemplam a construção de duas bibliotecas Mais Cultura nas regionais III e V, além de modernização de sete bibliotecas da Rede de Bibliotecas Públicas Municipais de Fortaleza; o lançamento dos editais prêmio Pontos de Leitura e Pontinhos de Cultura de Fortaleza; o lançamento do edital Cine Mais Cultura Fortaleza e o edital de seleção de 55 Agentes de Leitura para trabalhar no incentivo à leitura em diversas comunidades na Cidade, dentro do Programa Ler é Ter Direitos, pactuação entre Prefeitura de Fortaleza, através da Secultfor e da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), com sociedade civil.

Novas bibliotecas

As duas novas bibliotecas serão construídas nas regionais III e V, em áreas da periferia de Fortaleza, que contam atualmente com baixos índices de desenvolvimento social, fortalecendo em paralelo a Rede de Bibliotecas Públicas Municipais de Fortaleza, composta pelas bibliotecas do CUCA Che Guevara, Casa Brasil Antônio Bezerra, Casa Brasil Vila União, Casa Brasil Granja Portugal, CSU José Walter, IMPHAR e Vila das Artes, além da própria Dolor Barreira, já modernizada. Nessas ações, serão investidos R$ 1.046.198,42.

Editais prêmio

O edital Pontos de Leitura irá premiar 18 iniciativas da sociedade civil que desenvolvam projetos na área de livro e leitura, tendo como objetivo democratizar o acesso da população à leitura, revertindo-se em financiamento para compra de acervo, mobiliário e equipamentos, entre outros. Cada projeto selecionado irá receber um prêmio de R$ 20 mil. Já o edital Pontinhos de Cultura irá premiar 30 entidades sem fins lucrativos, legalmente constituídas, e instituições governamentais estaduais, distritais e municipais que atuam com propostas sócio-cultural-artístico-educacionais que assegurem os direitos das crianças e adolescentes segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. Cada selecionado ganha R$18 mil.

Agentes de leitura

Além disso, na solenidade de lançamento das ações, será anunciado o edital Agentes de Leitura para formação de 55 agentes de leitura. Os agentes deverão ter pelo menos ensino médio completo e idade entre 18 e 29 anos para atuarem na democratização do acesso ao livro e formação leitora, por meio de visitas domiciliares, empréstimos de livros, rodas de leitura, contação de histórias, criação de clubes de leitura e saraus literários abertos à população em geral. Outro edital que também será lançado é o do Cine Mais Cultura, que irá selecionar 30 cineclubes e premiá-los com capacitação, equipamentos e acervo cinematográfico.

Mais Cultura

O programa Mais Cultura executado pelo Governo Federal através do Ministério da Cultura marca o reconhecimento da cultura como necessidade básica, direito de todos os brasileiros, tanto quanto a alimentação, a saúde, a moradia, a educação e o voto. A partir desse programa, o governo incorpora a cultura como vetor importante para o desenvolvimento do país, incluindo-a na Agenda Social - política estratégica de estado para reduzir a pobreza e a desigualdade social.

Essa é, portanto, uma das mais importantes conquistas do Ministério da Cultura e de todos os brasileiros - um programa pautado na integração e inclusão de todos segmentos sociais, na valorização da diversidade e do diálogo com os múltiplos contextos da sociedade brasileira. Na perspectiva de cooperação, articulação e integração, o Ministério da Cultura estabelece parceria com ministérios, bancos públicos, organismos internacionais e instituições da sociedade civil, e assina acordos com governos estaduais e municipais para a implementação das ações do Mais Cultura.

Serviço:
Lançamento de ações do Mais Cultura – Dia 9, às 16h, no CUCA Che Guevara (Avenida Castelo Branco, 6417 – Barra do Ceará – antigo Clube de Regatas)

8 de junho de 2010



Segunda-feira, 7 de junho de 2010

A paz é o caminho
Por Silas Falcão

Em janeiro deste ano o programa Papo Literário, da TVC, fez uma reportagem no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira. Não para registrar imagens de rebelião sobre sangue e morte. O que motivou a equipe de produção foi a necessidade de tornar público o hábito da leitura e escrita praticados por detentos daquela unidade prisional.
Na semana seguinte, assistindo ao referido programa, ouvi do detento Marcos: “gostaria que os escritores cearenses doassem livros para nossa pequena biblioteca”. Uma solicitação ética de uma pessoa que acredita no crescimento e na liberdade humana que a leitura proporciona.
Entrei em contato com Mônica Silveira, jornalista e entrevistadora do programa, pedindo o número do telefone da diretora do IPPOO. Comuniquei a Dra Ruthe que os escritores Silas Falcão, Carlos Roberto Vazconcelos e o Poeta-de-Meia-Tigela iriam desenvolver, com o apóio da ACE – Associação Cearense dos Escritores – a campanha Doem livros para o IPPOO.
Vários escritores, amigos e familiares enriqueceram a campanha.
No dia 27 de março, num lançamento de livros na sede da ACE, a Dra Ruthe recebeu as doações distribuídas em livros – aproximadamente trezentas unidades –, revistas literárias e apostilas didáticas.
A campanha Doem livros para o IPPOO foi o início de outras atitudes de valorização humana. Propomos, e fomos atendidos, a diretora daquele presídio, palestras literárias e motivacionais.
Em Os caminhos de Mandela, de Richard Stengel, o biografado Nelson Mandela afirma: “uma pessoa só se torna uma pessoa ao lado de outras pessoas”.
A paz é o caminho.
Centro Cultural Banco do Nordeste
realizará no dia 10/o7, das 15h às 18h30, o

PERCURSOS URBANOS

PASSEIO COM MILTON DIAS



Neste encontro realizaremos um passeio pela Fortaleza amada de Milton Dias. Enquanto visitamos os locais que ele frequentava, exploraremos a produção literária do autor de Entre a boca da noite e a madrugada, e Fortaleza e Eu.
Em que se transformou a casa de Milton Dias, na Coronel Ferraz, ao lado da praça da Escola Normal?
A banca de revista onde Miltón, como era chamado pelos amigos, comprava jornais ainda existe na Praça do Ferreira?
E a Fundação com seu nome? Continua guardando sua imensa biblioteca, os seus bronzes, mármores e quadros que embelezaram sua residência? Ou tudo se tornou apenas um inesquecível patrimônio de lembranças?
Vamos descobrir juntos?

Participe do Passeio com Milton Dias– nosso eterno donatário de largas porções de felicidade, de ternura.


Mediador

SILAS FALCÃO

7 de junho de 2010

A Associação Cearense de Escritores- ACE- e o escritor Affonso Taboza convidam você para o lançamento do livro Um Bacamarte Chamado Canário, no Salão Nobre do Náutico Atlético Cearense, dia 09 de Junho de 2010 às 19:30.




Haroldo Felinto recebendo o Diploma de Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço