A CIDADANIA E A EDUCAÇÃO
A cidadania não é possível sem a educação por que a primeira é uma decorrência da segunda e, por isso, nenhuma pode caminhar sozinha.
A educação sempre foi uma necessidade fundamental e também uma exigência crescente do mercado de trabalho, que a cada dia torna-se mais seletivo, até mesmo nas atividades mais simples, tendo em vista a necessidade de utilização de ferramentas cada vez mais complexas. Essa exigência vai se tornando maior na proporção que os cargos vão alcançando maior destaque.
O processo de globalização econômica tem concorrido decisivamente na formação que o profissional deve seguir. Atualmente estudar se tornou uma necessidade, uma vez que, somente uma ampla formação e com profundos conhecimentos técnicos serão capazes de garantir a nossa entrada e permanência no mercado de trabalho.
A instrução escolar jamais poderá ser esquecida em um segundo plano, como é hoje colocada pelos nossos representantes, em todas as áreas dos poderes tanto legislativo quanto do executivo. Consequentemente, isso provoca a impossibilidade total da cidadania e da democracia. Numa visão mais ampla, a instrução escolar cresse paralela a variedade de interesses e intervenções, a velocidade e à complexidade das mudanças culturais, em todas as suas expressões, nas sociedades contemporâneas.
Quando falamos em cidadania nós a concebemos como se fosse uma dimensão superior à política. Não devemos desmerecer a política, como se fosse pertencente a um campo menos expressivo e inferior à cidadania. Através da política é possível construir a cidadania e a democracia – isso na definição política do termo, pois ainda está longe de ser o nosso caso: o bem comum representa a igualdade social e dignidade coletiva. Nesse sentido, a cidadania e a democracia se revigoram e se reinventam. Como afirma Leonardo Boff: "o ser humano é um ser de participação, um ator social, um sujeito histórico e coletivo de construção de relações sociais o mais igualitárias, justas, livres e fraternas possíveis dentro de determinadas condições histórico-sociais".
A consciência social e o desenvolvimento político são dois aspectos que cada vez mais vem se desvendando como instrumentos de emancipação e autonomia do cidadão que deseja entender a sociedade e atuar como autor, nas mais diversas áreas de sua atuação.
Ao julgarmos a democracia unicamente como ideal de igualdade, acabamos por aniquilar a liberdade. Existe um grande perigo em conceber todos os indivíduos como iguais, pois excluiremos o direito democrático da diferença, a possibilidade de pensar de maneira diferente e de ser diferente. A igualdade é importante quando há o respeito à diversidade de cada um.
Ao nos referirmos sobre democracia na escola, devemos, ao mesmo tempo, reconhecer as diferenças sociais e buscar aqueles aspectos em que todos os membros da comunidade escolar têm os mesmos direitos. Dentro da Instituição Escola, o respeito à hierarquia, o trato com o status dos colegas, configuram a igualdade de direitos, que por sua vez consideram a cidadania.
Necessitamos ter a consciência do que realmente significa o exercício da cidadania. Cidadania é a coragem no compartilhar dos esforços em instituir uma sociedade livre, justa e solidária.
Tarcísio Mendes de Araújo
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