Volante amassado
Silas Falcão
Imagine você encontrar um livro da sua predileção numa cesta de lixo
Imagine você ver sua poesia premiada, ser rasgada sob seus olhos
Imagine você assistindo a destruição assassina de uma biblioteca de livros raros
Imagine você presenciando o assassinato brutal de quem você ama
Imagine você sem liberdade
Imagine você sendo proibido de sonhar
Imagine você sem o direito de participar
Imagine você sem sua respiração
Imagine você excluído do abraço, das amizades
Imagine você sem você
Como você se sentiria?
Em 26/01/2010, na praça de alimentação do Center Um, onde se desenvolvia o lançamento do livro Retorno ao Big-Bang Microcósmico, de Denis Moura, contemplei a eternidade da tristeza insólita do Poeta de Meia Tigela observando, sobre a mesa de mármore fria e silenciosa, a imagem fúnebre do seu jornal V. O. L. A. N. T. E amassado como inutilidade que não o é.
Que mãos sem crenças poéticas foram as que cometeram aquele ato de desprezo à literatura? Ao empenho incansável dos seus idealizadores e colaboradores?
Infelizmente a insensiblidade humana repisa os mesmos passos por onde anda a sensibilidade, a poesia dos que fazem da literatura um estatuto da subjetividade para si e para os leitores.
Amigo Silas
ResponderExcluirUm abraço.
òtimo texto copm valiosas observações.
Continue dessa forma.
V.O.L.A.N.T.E.
ResponderExcluirÉ triste e constrangedora
A reação do Poeta de Meia Tigela
quando viu seu jornal amassado
que deixou-lhe deveras triste e surpreendido.
O desprezo que se tem à literatura
é uma atitude inadmissível.
Amassar um informativo literário,
de valor inestimável,
só os aculturados são capazes!
Haroldo Felinto – Presidente da ACE.
Fiquei muito triste também.
ResponderExcluirMas será que não foi alguma criança quem amassou, inocentemente, a volante?
Em compensação, os registros do Lançamento mostram, na maioria das fotos, as pessoas lendo avidamente as V.O.L.A.N.T.E.s.